Quem tomará pela mão a difícil tarefa de resolver o problema que é de todos?
O que nos impede na maioria das vezes de ter o que queremos, de ser o que sonhamos, de fazer o que pensamos e aceitar com o coração, é a ousadia que não cultivamos. |
Clarice Lispector |
Prioridades e problemas da educação básica
A causa recorrente para o baixo desempenho e a insuficiente permanência na escola é a valorização do magistério. Nada será feito sem uma ação permanente e eficaz de melhoria das condições de trabalho do professor e do seu desempenho profissional
Em 2010, o Brasil viverá um novo momento para debater e repensar seu futuro a partir das eleições para os cargos majoritários. Nessas ocasiões, como sempre ocorre, torna-se oportuno olhar o país e trabalhar seus principais problemas, assim como as prioridades que a sociedade brasileira vem colocando.
A educação, sem dúvida alguma, estará em debate. Mesmo que temas relevantes como a questão ambiental, a pobreza, o emprego, as desigualdades sociais, os conflitos de terra, a presença do Brasil no mundo, a questão urbana e tantas outras possam trazer para a cena pública uma disputa de interesses dos diversos atores sociais, a educação permanece como prioridade entre as questões de relevância nacional.
Um bom exemplo disso é o que se passa no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Instalado no princípio do governo Lula como uma instância de aconselhamento da Presidência da República, esse conselho produziu, ao longo dos últimos sete anos, uma série de reflexões sobre temas diversos voltados ao desenvolvimento econômico e social. Dentre os principais problemas a serem enfrentados, com vistas à construção de um país justo e democrático, o CDES indicou em primeiro lugar "extrema desigualdade social, inclusive de gênero e raça, com crescente concentração de renda e riqueza, parcela significativa da população vivendo na pobreza ou miséria, diminuição de mobilidade social".
O Observatório da Equidade é uma estrutura do CDES que tem a finalidade de acompanhar o processo de enfrentamento do problema das desigualdades da sociedade brasileira. Ele conta com uma equipe técnica da qual participam o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
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"Para uns, o corpo docente é o fator "negativo" dos sistemas de ensino. Antes valorizado, hoje ele é a causa de todos os males, por não ter interesse, por ser mal formado, por tratar a profissão com irresponsabilidade. Parte da mídia tem desempenhado esse papel de culpar os professores pelo baixo desempenho dos estudantes."
"A verdade, no entanto, é outra. Os profissionais da educação não são melhores nem piores; são os professores que temos. É com eles que devemos contar para qualquer melhoria no padrão de escolaridade da população; sem eles, nada se fará. Nesse sentido, mais do que culpá-los, temos de valorizá-los com um piso salarial respeitoso, com uma ação formadora efetiva e com condições adequadas de trabalho, seja no número de alunos, seja na infraestrutura escolar, seja no seu regime de trabalho. Uma grande campanha de valorização deveria ser responsabilidade de todos, e não apenas dos sindicatos da categoria. "
Sérgio Haddad é doutor em Educação e
coordenador geral da Ação Educativa.
sergiohaddad@terra.com.br
Leia o artigo na íntegra
http://www.revistapatio.com.br/sumario_conteudo.aspx?id=741
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