"Não há razão para criar as crianças no regaço dos pais. Essa afeição natural enfraquece-as em demasia e aos mais inteligentes deprime."
Montaigne
Entrevista no Diário do Nordeste...
Psicomotricidade previne violência na infância
Publicado em 17 de abril de 2011
Fatores biológicos, sociais e familiares estão por trás dos elementos que exercem influência sobre a agressividade já na primeira infância, o que pode resultar em jovens e adultos violentos, maximizando comportamentos de brutalidade e autodestruição. O psicomotricista português, pós-graduado em Neuropsicologia, Richard Parreiral, é um dos especialistas convidados pelo Instituto de Promoção da Nutrição e do Desenvolvimento Humano (Iprede) para a Jornada Internacional sobre Prevenção da Violência.
Ele permanece em Fortaleza ainda esta semana, quando ministra curso sobre “A Criança Diferente: Autismo, Hiperatividade e o Brincar”. Muito sensibilizado com a infeliz coincidência de ter chegado ao Brasil no dia do episódio violento com as crianças na escola do Rio de Janeiro, Parreiral observa esta como ótima oportunidade de abrir os olhos de pais, educadores e de toda a sociedade para um zelo mais amoroso com a infância.
Abaixo, trechos da entrevista com o psicomotricista que tem formação e reside em Paris, França.
Há uma razão especial por ter escolhido a Psicomotricidade?
Na realidade, sempre pensei em trabalhar na área da saúde e a Psicomotricidade surgiu porque também falo muito com o corpo. Trata-se, na verdade, de uma profissão que leva muito as pessoas a se relacionarem umas com as outras. E isto me atraiu. A própria vida é relação, é socialização. E poder partilhar com muitas pessoas é fascinante.
As escolas deveriam ter mais atividades físicas, lúdicas, dança, tudo que envolve movimento?
Claro. Dança, teatro, movimento seriam bem preventivas. Isso é uma das maneira que podemos canalizar os comportamentos agressivos nas creches e escolas. Incluir mais o desporto, o teatro para as crianças e jovens expressarem suas emoções e necessidades. Promover suas competências sociais mais jogos de coordenação, cooperação. Temos muitas coisas no nível da competição e não da cooperação. Temos que promover mais a cooperação. Temos que expressar os valores de convívio nas crianças por meio dos jogos. Pode ser no recreio. Então, não ficaria o trabalho só da dimensão intelectual, mas também emocional, corporal, social. Tudo. Normalmente, na escola maternal há competências que a criança tem de desenvolver. A linguagem e a socialização, são as duas primeiras.
REDATORA
Nenhum comentário:
Postar um comentário