"Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros."
EMEIF FREI TITO DE ALENCAR LIMA
PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO
Sugestão de leitura;
- Livro (Muitos Lugares para Aprender, pgs. 14 e 15)
Equipe Educação e Comunidade do Cenpec ( Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária).
Denominamos ações complementares à escola as práticas educativas desenvolvidas na perspectiva da educação integral de crianças e adolescentes de maneira continuada e em períodos alternados à escola.
Têm como objetivo ampliar o universo cultural de crianças e jovens, desenvolver a sociabilidade, conhecimentos, fazeres, valores e habilidades exigidos na vida cotidiana (privada e pública) e explorar com eles oportunidades lúdicas, artísticas e esportivas.
Essas ações são iniciativas da comunidade que possuem um caráter de utilidade pública e são oferecidas gratuitamente. Constituem-se como bem público comunitário e capital social das próprias populações vulnerabilizadas pela pobreza, e apresentam-se como um mosaico de iniciativas sociocomunitárias de grande diversidade criativa. As ações complementares possuem um projeto pedagógico singular, considerando cuidados, socialização e participação na vida da comunidade. Constituem, portanto, um rito de iniciação das crianças e adolescentes na vida pública da comunidade. Estão na área comum entre as políticas de proteção e de educação, contemplando ambas na mesma ação.
Vamos agora falar do aspecto educativo destas práticas, pois é ele que desejamos frisar neste livro. Listamos abaixo princípios que norteiam a prática educativa e que acreditamos servir como referência para o trabalho com crianças e jovens.
PRINCÍPIOS DA AÇÃO EDUCATIVA
Acreditamos na educação como geradora de cidadania porque: o acesso ao saber e ao conhecimento e sua apropriação são importantes instrumentos de justiça social; a educação é um direito de todos, dever do Estado e da família. A educação integral e de qualidade possibilita e garante o ingresso, o regresso, a permanência e o sucesso na escola e na vida; as diversidades e peculiaridades das comunidades precisam ser respeitadas e atendidas. Para isso, é necessária a mobilização de todos, articulando-se em conjunto na busca de alternativas que solucionem os seus próprios problemas locais; as ações complementares à escola inserem-se no campo das políticas públicas. As crianças e os adolescentes são sujeitos capazes de aprender e com um potencial a ser desenvolvido. As diversas situações de aprendizagem devem partir do universo dos sujeitos que aprendem. A articulação com a escola formal insere-se na perspectiva da educação integral de crianças e adolescentes. No processo educativo que acontece na relação ensino-aprendizagem desenvolvem-se atitudes, habilidades e valores fundamentados nas aprendizagens básicas, consolidadas nos quatro pilares da educação propostos pela Unesco1: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser.
Ações educativas desenvolvidas em comunidades em situação de pobreza incluem as dimensões de assistência social e de cuidados com a saúde, ao mesmo tempo em que se articulam com essas políticas. Ações educativas realizadas por organizações da sociedade civilprecisam ser compreendidas como integrantes de uma comunidade de aprendizagem, considerando portanto, o contexto socioambiental, a cultura local, seus produtos e problemas, como ocasião de aprendizagem.
Os profissionais envolvidos na ação educativa de crianças e adolescentes demandam um processo de formação permanente e contínua referenciado nos quatro pilares – aprendizagens básicas – e no Estatuto da Criança e do Adolescente. O trabalho voluntário é visto como estratégia de sensibilização e mobilização da sociedade para as questões da infância e da juventude, e deve estar vinculado aos objetivos dos programas desenvolvidos.
MUITOS LUGARES PARA APRENDER
Esses princípios são fruto de um processo histórico marcado pela mudança de concepção de crianças e adolescentes no Brasil, expressa no Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990. É disto que fala o primeiro texto deste bloco. A partir daí foi possível falar do direito ao desenvolvimento integral de todas as crianças e adolescentes e da integração das políticas públicas para garanti-los, o que éexplorado no segundo texto.
1 DELORS, Jacques. In: UNESCO. Educação, um tesouro a descobrir. Relatório paraa UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo,Brasília: Cortez, MEC, 1998.
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