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Muito além das palavrasPráticas que investem no mergulho silencioso e interior podem ser tão produtivas e curativas quanto a relação entre terapeuta e paciente..Texto • Vivian Goldmann
Fotos • Marcos Lima
Reportagem fotográfica • Henrique MoraisSeja no divã, numa confortável poltrona ou mesmo num grupo, muitas pessoas assoberbadas pelas dores da existência ou simplesmente em busca do autoconhecimento apostam na força do verbo para investigar camadas profundas de seu ser, trazendo para a consciência informações preciosas sobre si mesmas e sua relação com os outros. Porém, tem gente que não tem paciência, aptidão ou mesmo vontade de entrar nesse tipo de viagem, que pressupõe horas e horas de muita conversa. “Acredito muito no poder de cura de práticas criativas”, afirma Selma Ciornai, doutora em psicologia clínica e professora do departamento de Arteterapia do Instituto Sedes Sapientiae e do Instituto Gestalt de São Paulo. “Também é possível entrar em conexão com o nosso mundo interior a partir de atividades como a escrita, a pintura e a dança. O importante é a pessoa fazer algo que lhe dê prazer.”
Nessa altura, você deve estar se perguntando como ações tão simples, quase singelas, e distantes do pensamento racional podem trazer resultados que conseguem ir muito além do bem-estar. Primeiro, são elas que oferecem “repouso” necessário para a mente acelerada e espaço para que possamos pensar com mais serenidade no que nos aflige. E não é só. No livro A Imaginação na Cura (Summus Editorial), a autora Jeanne Achterberg aborda pesquisas do campo da neurociência que comparam a frequência e o tipo de ondas cerebrais emitidas durante estados meditativos ou quando a pessoa está absorta em processos criativos que propiciam autorregeneração e cura.
Embaladas por essa energia, as quatro histórias a seguir demonstram que o caminho interior pode estar presente em toda e qualquer atividade consciente e prazerosa, desde que simbolize uma aliança consigo mesma.
• Zen Mores, paixão pela música• Sandro Bosco, o corpo como forma de expressão• Roberto Martin, observador dos ciclos da natureza• Olga Reis, a vida tecida em fios
Muito além das palavrasPráticas que investem no mergulho silencioso e interior podem ser tão produtivas e curativas quanto a relação entre terapeuta e paciente..Texto • Vivian Goldmann
Fotos • Marcos Lima
Reportagem fotográfica • Henrique Morais
Roberto Martin, observador dos ciclos da natureza
O agrônomo Roberto Martin, 61, trabalha na escola de jardinagem da Uma Paz, em São Paulo. Nunca fez terapia, no entanto, extrai de sua atividade um importante substrato: a possibilidade de estar próximo da natureza e consigo mesmo. “Quando revolvo a terra, sinto um prazer enorme, que me enche de tranquilidade”, conta. “A cada dia, colho importantes frutos emocionais.” Tamanha satisfação vem da observação atenta das sementes que se desenvolvem e se transformam em árvores, das folhas que caem nas estações mais frias e das flores que explodem em cores na primavera. “Nós também temos ciclos que devem ser percebidos e que ditam nossa vida”, afirma. “São eles que nos restauram e fazem com que nos tornemos pessoas cada vez melhores.”
Fonte:
http://bonsfluidos.abril.com.br/livre/edicoes/0132/01/muito-alem-das-palavras-01.shtml
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