Pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas, BID e MEC mostra que as creches e pré-escolas deixam crianças ociosas.
Priscilla Borges, iG Brasília | 14/06/2010 14:59
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Os bebês e as crianças que freqüentam as escolas de educação infantil do País realizam poucas atividades durante o tempo em que permanecem na instituição. A oferta escassa de projetos, brincadeiras e ações que promovam o desenvolvimento cognitivo e motor delas compromete de forma determinante a qualidade de ensino.
A conclusão é de pesquisa realizada em escolas públicas e privadas - mas a grande maioria era em pública - pela Fundação Carlos Chagas em parceria com o Ministério da Educação e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os resultados apresentados em seminário promovido pelo BID mostram que, em uma escala de zero a dez, a nota dada às atividades realizadas pelos alunos da educação infantil é 2,3.
Segundo o estudo, intitulado Educação Infantil no Brasil: avaliação qualitativa e quantitativa, as creches oferecem atividades físicas, motoras, artísticas, musicais ou que estimulem as brincadeiras de faz de conta, com areia ou água, ou uso de TV, vídeo e computadores de forma inadequada. “Não são tarefas sofisticadas, mas que exigem preparo do professor”, analisa a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda.
Na pré-escola, a situação não é diferente: não há livros e materiais nas salas de aula, as atividades não contemplam o ensino adequado de ciências e não estimulam o contato com a natureza. As condições foram consideradas completamente inadequadas para isso (em uma escala de zero a dez, 1,6). Os materiais são insuficientes para todos os alunos e não estão disponíveis o tempo todo aos alunos.
Nas creches, o pior conceito também foi dado às atividades oferecidas para promover os conhecimentos de ciências e natureza e a promoção da aceitação da diversidade. Receberam notas 1,9 e 1,5, respectivamente. Outro dado revelado pela pesquisa é o fato de que a maioria das creches não utiliza livros para estimular bebês e crianças com até três anos.
Para Pilar, a falta de iniciativa em oferecer programação adequada ao desenvolvimento da população com essa faixa etária tem raízes na cultura brasileira. “O conceito de educação infantil no Brasil é muito novo. Não se consegue ver nessa etapa da educação ainda um espaço para cuidar e educar. Em geral, as escolas fazem uma coisa ou outra”, afirma a secretária.
Veja na íntegra, site http://ultimosegundo.ig.com.br
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