QUEM DE FATO FARÁ ESTA MUDANÇA?
COMO FAREMOS ??????
EDUCAR...
"Fazemos escolhas como indivíduos e como instituições. O quanto de intencionalidade existe em nossos discursos e documentos institucionais? Queremos realmente transformar valores e atitudes, construir autonomia e participação social, contribuir efetivamente para a existência de uma sociedade mais responsável em termos sociais e ambientais? O que defendemos verbalmente e o que está registrado nos documentos das instituições nas quais atuamos está em sintonia com o que praticamos cotidianamente no espaço escolar? Agimos de acordo com o que acreditamos? Grandes transformações começam com boas perguntas, e talvez essas sejam algumas das perguntas com as quais tenhamos que nos defrontar."
Leia o artigo de Sheila Ceccon da Revista Pátio, um convite a engajar-se na tarefa de Educar para a responsabilidade...
Perceber a existência da poluição e da degradação ambiental como ameaças a essas maravilhas pode contribuir para a formação da consciência ecológica e motivar à ação. Observar uma plantinha que cresce viçosa no meio de uma parede de cimento, acariciá-la, contemplar com ternura o pôr do sol, aspirar o perfume de uma folha de pitanga, de laranjeira ou de cipreste, são múltiplas maneiras de viver em relação permanente com este planeta generoso e compartilhar a vida com todos os que o habitam ou compõem. A vida tem sentido, mas ele, o sentido, só existe na relação (Gadotti, 2008).
Os sistemas educacionais do mundo todo têm sido provocados a assumir sua responsabilidade frente à necessidade de formação de cidadãos com uma nova postura em relação à sociedade e à natureza, com valores e atitudes diferentes daqueles que levaram o planeta à situação atual de grandes desigualdades sociais e intenso desequilíbrio ambiental.
Debates recentes em relação à divulgação de dados catastróficos relativos à situação atual de diversos ecossistemas não eximem a sociedade mundial da sua responsabilidade em relação ao destino que está construindo para si mesma e para o planeta. Independentemente da maior ou menor gravidade da situação, é inquestionável a impossibilidade de a Terra suportar a demanda de consumo atual, cotidianamente alimentada por diferentes meios de comunicação. É igualmente evidente a necessidade de políticas públicas diferentes para povos em situações diferentes.
Pensar em responsabilidade ambiental em um sentido amplo demanda enfrentar também o desafio da responsabilidade social. Uma imensa população deve consumir mais, tendo assim garantidas suas necessidades básicas historicamente negadas, enquanto outro grande percentual de cidadãos deve rever seu padrão de consumo, reduzindo-o em busca do equilíbrio ambiental tão amplamente difundido nos discursos, mas tão distante de nossas práticas diárias. Trata-se, portanto, de rever a ótica pela qual enxergamos o mundo. Essa mesma sociedade humana que surgiu da lógica da competição e do consumo deverá aprender a posicionar-se de maneira solidária e responsável em relação a todas as formas de vida.
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A formação de sujeitos éticos, criativos, críticos e participativos, conscientes e responsáveis em termos sociais e ambientais, impõe repensar os currículos escolares. É preciso estreitar a relação da escola com o bairro e com a comunidade na qual está inserida, ao mesmo tempo em que se realiza um diálogo com lugares e comunidades mais distantes, com o mundo e suas múltiplas realidades, tão diversas e tão semelhantes, dependendo de como as observamos. Responsabilidade implica comprometimento.
Ao mesmo tempo, comprometemo-nos com aquilo que compreendemos, com o que acreditamos que deva ser preservado ou transformado. Não se constrói responsabilidade socioambiental apenas lendo livros sobre o tema. A experiência pessoal é fundamental. Plantar e seguir o crescimento de uma árvore ou de uma flor, caminhar pelas ruas da cidade ou aventurar-se numa floresta, sentir o cantar dos pássaros nas manhãs ensolaradas, observar como o vento move as plantas, sentir a areia quente de nossas praias ou olhar para as estrelas numa noite escura são formas de encantamento e de emoção frente à natureza que podem ser provocadas pela escola.
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Sheila Ceccon é engenheira agrônoma, especialista em Horticultura, mestre em Ensino e História de Ciências da Terra e atua no Instituto Paulo Freire nos Projetos Município que Educa e Educação para a Cidadania Planetária. sheila@paulofreire.org REFERÊNCIASFREIRE, P. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Unesp, 2000.
GADOTTI, M. Educar para a sustentabilidade. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2008.
____. A carta da Terra na educação. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2010.
UNESCO. Década das Nações Unidas da educação para o desenvolvimento sustentável (2005-2014). Brasília: Unesco, 2005. LEIA O ARTIGO NA ÍNTEGRA, SITE VISITADO: http://www.revistapatio.com.br
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