domingo, 16 de agosto de 2009

O pensamento interdisciplinar

Filosofar é preciso... Sim é preciso...

"A transformação é, porém, possível e acontece. Os atores dessa mudança são em sua maioria anônimos, mas há um trabalho de formiga, às vezes contra todos e contra tudo."

Recebi este e-mail de uma amiga, em comum, nosso professor Daniel Lins... Somos todos professores...
OU FORMIGAS?

Por Daniel Lins: "Temos uma educação agonizante, com exércitos de crianças alfabetizadas, mas iletradas; uma política salarial sem comum medida com as exigências profissionais de um educador; a violência desmesurada; o entretenimento que ocupa de modo quase ditatorial o lugar das culturas; um pensamento único que torna idiota o mais "sabido" dos brasileiros; a violência inserida nas práticas pedófilas; a corrupção como prática política (triste Senado!), a lista é infinita." http://revistacult.uol.com.br/novo/entrevista.asp?edtCode=71E9A5EE-2056-4669-A27A-04A6575C7508&nwsCode=B4A2FE31-12B3-4B90-88E4-91D67793A256

REVISTA CULT - Edição137
ENTREVISTA
O pensamento interdisciplinar

Alheio aos jargões da história da filosofia, Daniel Lins fez da interdisciplinaridade o cerne de sua obra
06/07/2009
Marcia Tiburi
Daniel Lins é professor da Universidade Federal do Ceará e ativo em diversos setores da sociedade cearense. É também pesquisador da subjetividade e da vida contemporânea. Estudou profundamente a história da filosofia no Brasil e na França - onde fez a maior parte de sua formação acadêmica. Formou opiniões próprias, sem aderir ao jargão da história da filosofia. Investiu no rigor da experiência do pensar que não teme a escolha de objetos da vida comum.
As manifestações contemporâneas das teorias que enveredam pela sociologia e pela psicanálise forjam em seus diversos livros um diálogo em que a interdisciplinaridade e a pluralidade são básicas. Pensador para além das fronteiras, manifesta uma coragem da teoria que lança um novo programa para o contexto do debate brasileiro. Um debate em que estão em cena a coragem, a ousadia e a defesa de um ideal de resistência em que o desejo dê asas à escrita, ao diálogo e à reflexão sobre a realidade social e política.

CULT - Muito já se falou sobre a moda da filosofia no Brasil e na França. Existe alguma diferença entre o que acontece lá e o que acontece aqui?
Daniel Lins - Mais que um "efeito" ou uma moda, o boom da filosofia na França ou no Brasil é um fato indiscutível. Há um imenso sucesso editorial: a filosofia se vende bem. Fazer filosofia pode ser um bom negócio. Até aí, nada contra. Os problemas surgem quando os efeitos perversos de tamanho sucesso achatam os conceitos, banalizam as ideias, sacralizam o caráter leigo do pensamento reduzindo-o à mera autoajuda, à reflexão, à discussão ou, pior ainda, à comunicação, isto é, à palavra de ordem.
A filosofia nem reflete nem discute: ela pensa e cria conceitos. Ora, criar conceitos não é da ordem da reflexão, menos ainda da comunicação, pois só se pensa por necessidade.
Discussão, reflexão, comunicação, eis o tripé aniquilador de pensamento-tesão, pensamento amoroso, sempre à margem, que faz mal, dói, transforma um mundo, um país, uma pessoa, ideologias e credos. Pensamento, pois, como blocos de sensações, o oposto da representação, legitimadora maior do capitalismo primário, entre outros.
Eis, pois, a imensa diferença entre o boom da filosofia no Brasil e na França. O sucesso da filosofia, ao emergir na França com a força de um dragão, encontrou um terreno preparado, toda uma experimentação desejante, rebelde; uma tradição filosófica nutrida por uma plêiade de pensadores, múltiplas correntes e escolas. E, finalmente, os séculos 19 e 20 com Nietzsche, Deleuze, Heidegger, Derrida, Foucault, Lévi-Strauss, Pierre Bourdieu, Levinas, e a lista não para.
Não esquecer também que a filosofia faz parte do currículo de todo jovem francês.
A grande diferença entre o boom da filosofia na França e no Brasil pode ser assim resumida: a França é uma república leiga, um país praticamente agnóstico, amante inflamado das revoluções e das artes, da liberdade e do prazer de ler. Nesse contexto, dificilmente o boom filosófico se tornaria uma teologia chique para os pobres. Esse efeito perverso, que começa a ser observado em algumas publicações de certa "pop filosofia" no Brasil, denota a não autonomia de um pensamento implicado em uma história - que é a nossa - marcada pela discussão, pelos arranjos e pela "compreensão", sobremodo, vinculados ao mundo dos negócios, da lógica mercantil e do mito do enriquecimento rápido cujos símbolos proeminentes são a loteria e o futebol: dormir "pobre" e acordar milionário! Nascer na favela e tornar-se bilionário! Na falta de uma tradição filosófica rigorosa, uma nova filosofia babilônica emerge no Brasil: a filosofia lotérica.
CULT - No Brasil, Deleuze tornou-se um discurso pronto que se usa em diversos campos das ciências humanas, uma repetição em que se perdeu de vista o diálogo. Até que ponto o fascínio com uma teoria pode inviabilizar a liberdade de pensar o que essa mesma teoria propunha?
Lins - Eis uma excelente questão. A academia brasileira dificilmente estaria preparada para se deixar, de fato, contagiar ou ser afetada pela "cultura no plural", pela interdisciplinaridade. Todavia, a academia cria também suas linhas de fuga para não sufocar à repetição do mesmo, à redundância careta que tem afastado milhares de jovens de nossas faculdades públicas. Existem, em todo o Brasil, blocos de singularidades no âmbito da academia e, diria mesmo, apesar da academia.
O que domina, contudo, é ainda uma burocracia morna e lutas imaginárias - na sua maioria - ou reais de poder. A academia é muitas vezes uma arena, com combates resultantes de ressentimentos acumulados ao longo dos anos, em que, evidentemente, reinam a atmosfera edipiana, as guerras fratricidas, o desafeto sem limite que se instaura e paralisa a própria instituição.
A transformação é, porém, possível e acontece. Os atores dessa mudança são em sua maioria anônimos, mas há um trabalho de formiga, às vezes contra todos e contra tudo.

Foto: Acervo CPFL


CULT - Como você vê a questão da interdisciplinaridade no Brasil de hoje? Você acredita que nossa academia está preparada para o livre pensar e para novas conexões teóricas e práticas?
Lins - A interdisciplinaridade obedece às exigências do Programa Nacional de Educação de terceiro grau, mas de modo ainda simbólico. Ela é inimiga do improviso, da ausência de rigor etc. É algo muito sofisticado, exige uma formação inserida no mundo contemporâneo, no aprendizado das línguas, na relação mínima com as ciências e, sobremodo, na eliminação da ignorância: a transformação dos preconceitos que fundamentaram e ainda fundamentam a academia brasileira, em muitas de suas vertentes.
Eis o maior problema da interdisciplinaridade. Não a arte dos medíocres; ao contrário, é papo sério, supõe muita pesquisa, 99% de trabalho e 1% de talento. Teríamos, então, de revisitar, desconstruir e repensar a universidade

...
Leia na íntegra a entrevista, no site: http://revistacult.uol.com.br

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