PROJETOS SOCIAIS
Tecnologia contra a exclusão
Como as soluções tecnológicas impulsionam projetos sociais nas universidades
Canuanã: a aldeia indígena no sudoeste de Tocantins recebe estudantes dispostos a ajudar a população local
A pacata cidade de Formoso do Araguaia, no sudoeste do Tocantins - onde convivem famílias assentadas e grupos indígenas -, dificilmente estaria na rota da estudante paulista Elizabeth Hamaguchi, de 23 anos. Mas, no ano passado, ela viajou duas vezes à região, onde ficou 20 dias convivendo com a população local e desenvolvendo soluções tecnológicas para melhorar a qualidade de vida dos moradores. Aluna do curso de engenharia ambiental da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), ela encarou a tarefa com outros 32 estudantes - da Poli, da Fundação Bradesco e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. "Adquiri conhecimentos técnicos. Mas conhecer uma realidade totalmente diferente foi o mais enriquecedor", afirma Elizabeth. Ela participou do desenvolvimento de um filtro de água de baixo custo, para remover partículas de ferro que existem em excesso no rio Javaés. "Tomamos o cuidado de utilizar materiais acessíveis à população."
Para estudantes universitários, projetos como esse são um exercício que traz, por tabela, benefícios às comunidades envolvidas. Estudantes de engenharia da USP podem se dedicar às atividades do programa de extensão, chamado de Poli Cidadã. Segundo o coordenador do programa, o professor Antonio Mariani, os alunos já realizaram 100 projetos desde 2005. "É uma forma de motivá-los a encontrar soluções baratas e aumentar a sensibilidade deles para a realidade brasileira", diz. Além da USP, outras universidades, como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), engajam os alunos em iniciativas sociais.
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