"A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria."
Paulo FreireDia dos professores: educadores falam sobre o melhor e o pior da carreira
Simone Tinti
É ele que dá bronca, que cobra a entrega dos deveres no prazo. Mas também é ele que se emociona, todos os dias, ao ver uma criança lendo e escrevendo pela primeira vez, ou quando vê o esforço de um aluno para terminar uma tarefa.
Você já deu parabéns a um professor pelo dia de hoje? Para homenagear esse profissional tão importante e querido, a CRESCER entrevistou cinco educadores, de escolas diferentes, em São Paulo, para saber qual é a melhor e a pior parte dessa carreira. Veja as respostas.
“O melhor é poder ver o quanto as crianças avançam e se desenvolvem diariamente. Como tenho alunos de 2 ou 3 anos, fico muito próxima deles, pois tenho de ajudar até mesmo na hora da higiene. O ‘cuidar’ é algo muito freqüente. Então, criamos um vínculo que é fortalecido todos os dias, o que gera uma relação de confiança. Já o mais difícil é deixá-los quando mudam de turma. Eu sinto como se também fossem um pouco ‘minhas’, mas preciso passar por esse exercício de me afastar delas todos os fins de ano.”
Claudia Lacerda, pedagoga do colégio Santa Maria
“Ser professor/educador é saber que você contribui diretamente com o crescimento e a formação das crianças, tornando-as críticas, participativas e conscientes de seu papel no mundo. O que me deixa triste, o que não gosto, é o descaso. Há muitos dirigentes e até mesmo educadores que não compreendem a real importância dessa profissão. Eu acredito que não basta apenas construir escolas, mas sim priorizar a qualidade da educação oferecida aos alunos.”
Gisele Adriana Claro, professora da Escola Girassol
“O melhor é a possibilidade de interagir com crianças tão diferentes umas das outras, de aprender com elas todos os dias. Também é muito gratificante perceber a curiosidade do aluno, a vontade dele ‘sugar’ o nosso conhecimento. O que eu menos gosto é a parte burocrática, como corrigir milhares de provas, levar trabalho para casa, pensar no planejamento das aulas do próximo ano durante as férias... Posso dizer que essa é a parte mais difícil.”
Priscila Montenegro, professora do colégio Santo Américo
“O mais gratificante, além de ver as crianças aprendendo e vencendo obstáculos, é não ter uma rotina. Cada dia recebo uma resposta diferente de cada uma delas e sou surpreendida com novas brincadeiras. O pior mesmo, para mim, é acordar cedo.”
Cecília Martins de Oliveira Abreu, professora de educação infantil da Prima Escola Montessori
“O que eu mais gosto na profissão é a troca diária com os alunos. Saber que estou sempre atuando pelo bem e pela transformação das pessoas também é gratificante. O ruim é a falta de reconhecimento dessa carreira no geral. Não existe uma profissão que não tenha sido facilitada, orientada por um professor. E, mesmo assim, há muitos professores desvalorizados no país.”
Maria Inês Bartolomeu, professora do Dante Alighieri
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