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"Sempre quis voltar ao Brasil e ajudar a formar e a manter no país gente com talento para ciências - uma chance que eu não tive". Nicolelis
TECNOLOGIA
Lugar inesperado
Numa cidade brasileira marcada pelo atraso, surgirá um dos mais avançados laboratórios de neurociências do mundo
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O pesquisador Miguel Nicolelis escolheu a cidade de Macaíba (RN) para sediar um avançado centro de neurociência
Poucos lugares no Brasil concentram tantos analfabetos e têm uma taxa de mortalidade infantil tão alta quanto Macaíba, uma cidade de 65 000 habitantes a 14 quilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte. Quem mora lá costuma cruzar as ruas de terra batida em carroças e freqüentar o comércio local sem um centavo no bolso, apenas carregado de antigos objetos para trocar.
Nesse cenário de pobreza e atraso funciona um avançado centro de pesquisas especializado na área de neurociências. Sua localização improvável, sem dúvida, surpreende. Outro fato que chama atenção sobre ele é a rara unanimidade que, antes de ser inaugurado, já alcançou no mundo acadêmico - dentro e fora do Brasil. De saída, neurocientistas ligados aos bons laboratórios o classificaram como um dos melhores que haverá no gênero, avaliação amparada em dados objetivos. Primeiro por suas instalações, que fazem frente às de qualquer laboratório de primeira linha. O segundo e mais relevante diferencial do novo centro está justamente no tipo de pesquisa que será desenvolvido ali.
Em linhas gerais, a idéia é criar próteses capazes de captar a intenção de um movimento no cérebro de uma pessoa e imediatamente o executar, algo que, se concretizado, dará nova perspectiva a quem sofre de alguma dificuldade motora. Na neurociência, nenhum outro estudo da atualidade foi tão citado e influenciou tantos cientistas, de acordo com um levantamento conduzido pela revista americana Scientific American.
Quem está à frente dele é Miguel Nicolelis, médico paulista de 47 anos, que há vinte se mudou para os Estados Unidos com o objetivo de seguir carreira como pesquisador. Foi na universidade Duke, uma das melhores na área da neurociência, que desenvolveu seu trabalho. Antes dele, os aparelhos de observação do cérebro conseguiam captar o movimento de apenas três tipos de neurônios responsáveis pela memória motora. O trabalho de Nicolelis é um avanço por ter resultado numa tecnologia capaz de descrever, simultaneamente, o padrão de comportamento de 130 neurônios - desde o momento em que há intenção de mexer um braço ou uma perna até quando de fato se executa tal ação.
Nesse cenário de pobreza e atraso funciona um avançado centro de pesquisas especializado na área de neurociências. Sua localização improvável, sem dúvida, surpreende. Outro fato que chama atenção sobre ele é a rara unanimidade que, antes de ser inaugurado, já alcançou no mundo acadêmico - dentro e fora do Brasil. De saída, neurocientistas ligados aos bons laboratórios o classificaram como um dos melhores que haverá no gênero, avaliação amparada em dados objetivos. Primeiro por suas instalações, que fazem frente às de qualquer laboratório de primeira linha. O segundo e mais relevante diferencial do novo centro está justamente no tipo de pesquisa que será desenvolvido ali.
Em linhas gerais, a idéia é criar próteses capazes de captar a intenção de um movimento no cérebro de uma pessoa e imediatamente o executar, algo que, se concretizado, dará nova perspectiva a quem sofre de alguma dificuldade motora. Na neurociência, nenhum outro estudo da atualidade foi tão citado e influenciou tantos cientistas, de acordo com um levantamento conduzido pela revista americana Scientific American.
Quem está à frente dele é Miguel Nicolelis, médico paulista de 47 anos, que há vinte se mudou para os Estados Unidos com o objetivo de seguir carreira como pesquisador. Foi na universidade Duke, uma das melhores na área da neurociência, que desenvolveu seu trabalho. Antes dele, os aparelhos de observação do cérebro conseguiam captar o movimento de apenas três tipos de neurônios responsáveis pela memória motora. O trabalho de Nicolelis é um avanço por ter resultado numa tecnologia capaz de descrever, simultaneamente, o padrão de comportamento de 130 neurônios - desde o momento em que há intenção de mexer um braço ou uma perna até quando de fato se executa tal ação.
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